CAPÍTULO II - The concrete Jungle
Após três meses no Golfo e de algumas tempestades no deserto tudo parece ter entrado nos eixos. As histórias já são muitas, umas boas, outras nem tanto, tantas que nem sei por onde começar.
Hindubai
Talvez seja de bom tom começar por onde terminei, ou seja, pelo casamento Indiano ou Hindu ou vai tu... porque eu já estive num e dificilmente me apanham noutro nos próximos tempos! Não pensem que não gostei, simplesmente estou habituado ao copo de água ou melhor, ao copo de vinho, verde, tinto ou branco e ao queijinho da serra. Contudo, não posso deixar de frisar que esta foi sem dúvida uma experiência única. Um momento de reflexão interior, que serviu também para tocar outra cultura e ser surpreendido.
O templo hindu fica numa espécie de gueto em Bur Dubai, com ruas estreitas e sujas, manchadas de tinta com pétalas vermelhas e chinelos avulso, onde a mistura de cheiros e cores me fazem lembrar sítios onde nunca estive, apenas os vi na televisão, num qualquer documentário sobre os subúrbios de Nova Deli. A comitiva Portuguesa estava lá. Eu, João Sardo, Tiago Soares e o nosso Director, Dr. Sérgio Espadas. Todos nós olhávamos em redor, procurávamos ar, oxigénio, um espaço à sombra que desse para respirar fundo. Missão impossível!
Cumprimentámos toda a família, trocámos algumas palavras e lá nos descalçámos. A minha pessoa nunca se imaginaria naquele estado. Estavam 35º, vestido de fato e gravata, o meu corpo fervia, e continuava descalço, a pisar pés e a ser pisado, tal era o tráfego humano que se fazia sentir naquelas ruas,com 1,5m de largura por 2,0m de altura. Estava preparado para o que desse e viesse. Pior, só mesmo no deserto, com 50º, ... de fato e gravata, cheio de sede, a olhar para os camelos e saber perfeitamente que aquele seu olhar ternurento não conseguia disfarçar aquilo que eu há muito sabia, ou seja, aqueles dois altos que aí tens “meu grande camelo” não são duas baquets Recaro de um super desportivo, mas sim dois tanques de água potável... Felizmente Mr.Sunil Shanker tinha pensado em tudo, e no meio de um pensamento o mais optimista possível, ouço uma voz “ Jay D, Jayy Diiii(J.D de João Dias), take it…it´s for you” Ali estava o produto que eu considero mais valioso por estas bandas…uma Masafi fresquinha = Luso fresquinha. Quando dei aquele primeiro gole de água, até as células mais pequenas, mais minúsculas, mais “nano” que podem existir no corpo humano refrescaram.
Entrámos no templo e tudo melhorou, as ventoinhas estavam todas no máximo e começávamos a assistir a rituais por nós, nunca antes observados. As pessoas colocavam-se em posição de flexão e beijavam o chão, de seguida levantavam-se, enchiam uma taça com um líquido branco dentro de um bidão que, mais se parecia com a cal que o meu rico avô utilizava para pintar as paredes da casa das Mouriscas e entornavam-no, sem medos numa espécie de caleira, em frente ao altar hindu, que transferia novamente o líquido para um bidão. E assim era o ciclo do estranho líquido esbranquiçado.
Depois de três ou quatro minutos a apreciar os rituais hindus, fomos convidados a subir ao 2º piso, local onde se iria realizar a cerimónia do casamento. A meio da escadaria dão-me um barrete semelhante ao que os marinheiros usam e explicam-me que o devo colocar na cabeça, caso contrário não posso entrar. Pensamento Inevitável… “já me enfiaram o barrete”, foi a primeira coisa que pensei antes de entrar no 2º piso.
Estava completamente enganado, adorei a cerimónia, as rezas, os rituais, os cânticos, a mistura de crenças. Tudo se tornou mágico e único. Todo aquele sentimento de desconforto e exclusão, desapareceu, sentia-me abençoado por estar ali, pude sentir e absorver a paz. Tinha deixado de ser um intruso. Deixei-me levar pelo momento, pelo meu lado mais espiritual, que tão poucas vezes cultivamos, mas que sem dúvida nos enche a alma. Aqui não há surf, não há altares iguais aos da Ericeira, não há “avenidas” compridas, limpas, a brilhar e que em dias perfeitos, é admiravelmente comum ficarmos encandeados com o reflexo na água dos primeiros raios de sol de um novo dia. Tenciono com isto dizer que no meio do Globo, local onde me encontro, não há baías dos Coxos, Ribeiras d’ilhas ou até mesmo um Zavial. Para os mais leigos nestas matérias, refiro-me a point breaks com ondas perfeitas, compridas que se assemelham com as vias do paraíso e que muitas vezes acabam por ser a minha igreja, o meu altar e me lavam a alma. Em tempos de mudança, temos de aprender novas formas de cultivar o espírito. Eu aqui, ainda as procuro e certamente irei encontrá-las.
A Família e os noivos
E agora? o que é que eu faço? Humm? Rezo?
Lá está...reza!!
Filho do Sunil (Mihji)
Durante a cerimónia
A 320 Km/h
Passando de um plano espiritual para um plano inocentemente material, irei contar-vos duas das melhores experiências que tive, até agora, no Dubai. Falo-vos do meu dia no Dubai Autodrome, para assistir às Speedcar Series 2009 e da Fantastik Plastik Party. Começando pelas Speedcar Series: O convite foi feito pelo João Gouveia, um dos muitos engenheiros portugueses, “convocados” para trabalhar nos E.A.U. O João, só podia ser João, por norma, grandes homens e de bom coração, cedeu-nos credenciais que permitiam o acesso a qualquer parte do Autódromo. E assim sendo,ali estava eu juntamente com os meus dois camaradas da Aicep, a explorarmos todas as boxes, a entrarmos em carros com mais cavalos do que peças, a abrirmos portas e mais portas em busca de mais. Não nos chegava o facto de termos trocado algumas palavras e tirado fotos com alguns dos nomes mais sonantes da história da Formula 1, como Jean Alesi ou Johnny Herbert, queríamos mais, eu pessoalmente, queria entrar na pista de Ferrari 430 Scuderia e ouvir o rugido daquele “ser vivo metálico” a 320 km/h na recta da meta. Até já nem me importava se não fosse eu a conduzir, até podia ser esse tal de Jean Alesi ou o outro Johnny qualquer coisa. Acabou por ser um grande dia, tão bom que, até as meninas da Fórmula 1 queriam tirar fotos connosco! UPS! Talvez tenha trocado a ordem das palavras. Mas, afinal quem é que não quer tirar umas fotos com as meninas do guarda-sol, nem que seja para ficar dois minutos à sombra, em boa companhia, a trocar umas impressões sobre o estado do asfalto, ou até sobre quais os pneus adequados para se conseguir a pole position e, quem sabe, depois de uma conversa meramente técnica e bastante apelativa para qualquer mulher, sair debaixo do guarda-sol, com uma Haiffa Rania Zayed AlNayhal, gravada nos contactos do meu Nokia made in China.
Eu e o meu caro amigo Jean Alesi
A amiga do Jean Alesi
Tiago, JOHNNY HERBERT, J.Sardo e eu.
Depois apresento-vos a Dra.!
Nas boxes da Kawasaki
"FANTASTIK"
Galgando de um plano material para um plano irreal, falo-vos agora da Fantastik Plastik Beach Party. Não sei como explicar o local onde estive, mais se parecia com uma festa organizada pela Fashion Tv. O Plastik é um espaço situado em Jebel Ali, a cerca de 30 minutos do Dubai. Fica em cima da praia, a 20 metros da água. Quando cheguei nem quis acreditar. Era uma festa um pouco ao estilo daquelas que todos nós sonhamos um dia dar. No Plastik, só se entra com nome na guest list, pois as festas são sempre privadas. Tive a sorte, de no dia anterior conhecer Miss Lee, uma Sul-africana espectacular, extremamente simpática e que por sinal é uma Relações Públicas bastante influente nestas andanças. Foi através dela que conseguimos a entrada na Plastik Party. A festa começou às 18.00h e acabou às 2.00h. O ambiente era brutal, de cortar a respiração. Havia palmeiras desde o Plastik até ao mar, toda as pessoas estavam de fato de banho, dançava-se na praia, na água, em camas suspensas, nos Jacuzzis. O sound system era de luxo e havia caipirinhas. Que mais se pode desejar num sábado à tarde?
NOT SO FANTASTIC
Parental Advisory - Censured
As histórias anteriores, como devem calcular, pertencem ao lote das boas experiências. Porém, nem tudo até agora, foi um mar de rosas.
Era 2ª feira, 14:00h quando o Tiago, comentou que não se estava a sentir bem, sentia fortes dores de garganta e a febre estava a apoderar-se da sua boa disposição. O ar com que expressou aquelas palavras foi suficiente para prever o pior. Aqueles sintomas já eu os conhecia de ginjeira. Não queria acreditar no que estava a ouvir, era ela, estava a chegar, percorreu milhares de quilómetros, demorou dois meses de viagem, mas tinha chegado, era a nossa amiga da elite, a AMIGDALITE. Ainda não eram 19.00h horas e já estávamos a entrar no Emirates Hospital. Sem forças e a tremer que nem varas verdes, o Tiago lá entrou para a sala de urgências. É espantosa a rapidez com que se é atendido num hospital, exactamente o oposto do que acontece em Portugal. Nem tinham passados 5 minutos e lá ia o Tiago ser diagnosticado. “Esta é daquelas poderosas “ pensava eu. Nunca tinha visto uma AMIGDALITE atacar com tanta pujança, tão rapidamente. O termómetro marcava quase 40, temperatura mais do que suficiente para deixar o nosso colega completamente Knock-Out, a revirar-se em cima da marquesa, a queixar-se de dores enormes, de falta de sensibilidade nos braços, de sede e do nó da gravata. Sim, é verídico, com toda aquela inquietação, o Tiago nem se tinha lembrado de tirar a gravata. Pedia-nos água, panos frios para pôr na testa e que não deixássemos a enfermeira dar-lhe mais nenhuma injecção, pois a sua fobia por agulhas é colossal, e já lhe bastava o facto de saber que estava a ser bombardeado com soro. Tanto eu como o J.Sardo estávamos incrédulos a olhar para todo aquele sofrimento. Nisto, e com um ar super aliviado, como se estivesse escapado a um terrível acontecimento, o J.Sardo olha para mim e diz “Epah.. ainda bem que já não tenho amígdalas, tiraram-mas ainda eu era uma puto”, ao que eu pensei…”Obrigado João Sardo por me lembrares que eu ainda as tenho e que cada vez que apanho uma, só as curo com injecções de penicilina. Mas, o “melhor” ainda estava para vir… eram 19.30 quando entrou a equipa de enfermeiros que estava a assistir o Tiago. A enfermeira avisou que seria necessário ter de tirar sangue e de injectar Voltaren no Tiago. Foi aí que começou a saga, o Tiago passou-se! Mesmo com todo o sofrimento, vozeava sucessivamente com toda as forças que lhe restavam, ao bom modo de Gaia, em bom português e a carregar a fundo nos r’s e nos p’s que não ia levar mais nenhuma injecção e que muito menos a ia levar abaixo da cintura. Após várias tentativas e passados 25 minutos lá conseguimos convencer o paciente a seguir as instruções da enfermeira, ou seja, a ter de “levar duas espetas violentas”, uma na nádega e outra no braço que, dizia já não sentir. Há situações em que não é preciso gozar de um sexto sentido para adivinharmos o que lá vem. Este era um desses momentos. Depois da enfermeira lhe ter tirado sangue e de ter ouvido, em decibéis ilícitos alguns impropérios dirigidos à sua pessoa, e de eu chorar a rir agarrado às paredes, sabia que o caos ia começar no preciso momento em que o Tiago levasse a segunda injecção. Eu sei, que no meio de tanto sofrimento parece sádico da minha parte estar a dizer-vos uma coisa destas, mas naquele momento até o mais puro e piedoso ser humano se desmanchava a rir. Em posição de defesa, todo contraído, hirto que nem betão o Tiago respondia com o seu sotaque do Norte, à enfermeira “ como é que queres que eu esteja descontraído minha bááca, sei que vou levar com essa meeer###### no cú f#####!! Ai que Filipina do ca#aaalh#, anda lá com essa mer#aaaa ! E nisto ZAAAAAUUU, o Emirates Hospital ia indo abaixo com os rugidos do Dr. Tiago Soares AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH queee Báááácccaaaaa do c"#l#####, sua P#####, ainda não estava preparado minha bácaaa, quee P#### DO C###### não sabes dar injecções sua báácaa.
Eram 21.00h quando abandonámos o hospital, o sofrimento do Tiago ainda durou uns dias mas, felizmente, tudo voltou ao normal. Nem uma semana tinha passado e lá estávamos nós outra vez no Emirates Hospital, na mesma sala, com os mesmos enfermeiros, agora era a minha vez. Felizmente, a minha amigdalite não foi tão violenta, bastou-me tomar durante uma semana, todos os dias, dois comprimidos de amoxacilina, mais outros dois de spidifen, mais quatro gargarejos de betadine, mais uma pastilha efervescente de Vitamina C e alguns Strepsills de 3 em 3 horas para ficar bom. Coisa pouca, portanto. Resumindo: quem é que se safou? O Dr. João Sardo, que já não tem amígdalas desde os seus tempos de infância.
Tiago - ter "amigas da Elite" dá nisto
OHHH MAN!
É inacreditável, a quantidade de coisas que vemos e descobrimos nesta zona do planeta!
O Prazo do nosso visto chegava ao fim dia 28 de Março, e por isso mesmo, tivemos de abandonar os Emirados e rumar ao país vizinho (Omã) para renovarmos o visto por mais dois meses. Omã é Sultanato, que como o nome indica, é a terra e propriedade de Sua Majestade Qaboos bin Said Al Said, Sultão de Omã.
E já que iríamos pisar novas terras, decidimos que seria enriquecedor visitar a capital, Muscat. Até porque, arquitectávamos contemplar os Fortes Portugueses deixados pelos nossos heróis do mar, por volta de 1508.
Mostrou-se, sem dúvida, uma experiência enriquecedora para todos nós, sentirmos pela primeira vez, que tínhamos descoberto a cultura árabe, aquela que imaginávamos encontrar antes de nos desamarrarmos da nossa pátria. Ali, vive-se numa realidade diferente, o povo busca outra qualidade de vida, existe um contacto mais próximo com a natureza e até mesmo com as pessoas. As tardes são passadas com os amigos e familiares, trocam-se ideias e histórias nas marginais. Junto ao golfo, os putos jogam à bola descalços, são fanáticos por futebol, tanto ou mais do que em Portugal. Como seria de esperar, todos sabem quem é o Cristiano Ronaldo e o Figo mas mais importante do que tudo isso, sabem que os dominámos em 1508. Perguntam-nos, inclusivé, se não temos uma bandeira Portuguesa que lhes possamos ofertar.
Omã, ou Ohh Man (expressão utilizada por qualquer pessoa que atravesse a fronteira para Omã), é um país tipicamente Árabe.
Em Omã não se avistam prédios altos e muito menos arranha-céus. Existem sim, casas térreas, com um toque tipicamente mouro.
Posso dizer que tivemos mais ou menos 24 horas para conhecer Omã. Iríamos apenas ficar por uma noite, dormir por umas horas, para conseguirmos explorar ao máximo todos os cantos daquela magnifica cidade montanhosa com cores avermelhadas. Não irei rapinar mais o vosso tempo, a tentar explicar a beleza de Muscat. As imagens que seguem mais abaixo, servem perfeitamente para vos mostrar tudo isso e muito mais!
A caminho de Omã
Mesquita de Omã
Oni (Objecto não identificado) em Omã
Sun is shining, the weather is sweet...
Os campos de futebol
A vista do meu quarto em Muscat...
Os três "mesquiteiros"
Mesquita de Muscat
Muscat
Muscat
Operação “Tempestade no deserto “
Esta famosa expressão, bastante amplificada desde a Guerra do Golfo mas abafada pelo tempo, ressurgiu há coisa de um mês atrás. Desta vez, a guerra seria outra. Nas estações meteorológicas não se falava de outra coisa, a tempestade estava para chegar, raios e coriscos iriam assaltar o emirado Dubai. E assim aconteceu, logo na tarde em que tínhamos sido convidados para irmos andar de Kart. Pensámos que seria apenas uma tempestadezita à moda Portuguesa, uma chuvinha, uns trovões e um pouco de vento a mais para o que é normal. Crentes de que não seria nada de mais, dirigimo-nos para o Kartódromo. Uma viagem que normalmente tem a duração de 25 minutos, prolongou-se por quase 2 horas. Nunca magiquei, que fosse possível merendar toneladas de areia vindas a velocidades não permitidas por Sua Alteza Vice-Presidente, Primeiro Ministro Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, Governante do Dubai, muito menos por Sua Alteza Presidente dos E.A.U Sheikh Khalifa bin Zayed Al Nahyan, Governante de Abu Dhabi e ao mesmo tempo ser sovado com quilos de granizo a uma temperatura ambiente de 30º. Resumindo, por estas terras … it´s kind of fun to do the impossible e eu que, já aqui estou há quase 3 meses, já tinha a obrigação de o saber.
Após três meses no Golfo e de algumas tempestades no deserto tudo parece ter entrado nos eixos. As histórias já são muitas, umas boas, outras nem tanto, tantas que nem sei por onde começar.
Hindubai
Talvez seja de bom tom começar por onde terminei, ou seja, pelo casamento Indiano ou Hindu ou vai tu... porque eu já estive num e dificilmente me apanham noutro nos próximos tempos! Não pensem que não gostei, simplesmente estou habituado ao copo de água ou melhor, ao copo de vinho, verde, tinto ou branco e ao queijinho da serra. Contudo, não posso deixar de frisar que esta foi sem dúvida uma experiência única. Um momento de reflexão interior, que serviu também para tocar outra cultura e ser surpreendido.
O templo hindu fica numa espécie de gueto em Bur Dubai, com ruas estreitas e sujas, manchadas de tinta com pétalas vermelhas e chinelos avulso, onde a mistura de cheiros e cores me fazem lembrar sítios onde nunca estive, apenas os vi na televisão, num qualquer documentário sobre os subúrbios de Nova Deli. A comitiva Portuguesa estava lá. Eu, João Sardo, Tiago Soares e o nosso Director, Dr. Sérgio Espadas. Todos nós olhávamos em redor, procurávamos ar, oxigénio, um espaço à sombra que desse para respirar fundo. Missão impossível!
Cumprimentámos toda a família, trocámos algumas palavras e lá nos descalçámos. A minha pessoa nunca se imaginaria naquele estado. Estavam 35º, vestido de fato e gravata, o meu corpo fervia, e continuava descalço, a pisar pés e a ser pisado, tal era o tráfego humano que se fazia sentir naquelas ruas,com 1,5m de largura por 2,0m de altura. Estava preparado para o que desse e viesse. Pior, só mesmo no deserto, com 50º, ... de fato e gravata, cheio de sede, a olhar para os camelos e saber perfeitamente que aquele seu olhar ternurento não conseguia disfarçar aquilo que eu há muito sabia, ou seja, aqueles dois altos que aí tens “meu grande camelo” não são duas baquets Recaro de um super desportivo, mas sim dois tanques de água potável... Felizmente Mr.Sunil Shanker tinha pensado em tudo, e no meio de um pensamento o mais optimista possível, ouço uma voz “ Jay D, Jayy Diiii(J.D de João Dias), take it…it´s for you” Ali estava o produto que eu considero mais valioso por estas bandas…uma Masafi fresquinha = Luso fresquinha. Quando dei aquele primeiro gole de água, até as células mais pequenas, mais minúsculas, mais “nano” que podem existir no corpo humano refrescaram.
Entrámos no templo e tudo melhorou, as ventoinhas estavam todas no máximo e começávamos a assistir a rituais por nós, nunca antes observados. As pessoas colocavam-se em posição de flexão e beijavam o chão, de seguida levantavam-se, enchiam uma taça com um líquido branco dentro de um bidão que, mais se parecia com a cal que o meu rico avô utilizava para pintar as paredes da casa das Mouriscas e entornavam-no, sem medos numa espécie de caleira, em frente ao altar hindu, que transferia novamente o líquido para um bidão. E assim era o ciclo do estranho líquido esbranquiçado.
Depois de três ou quatro minutos a apreciar os rituais hindus, fomos convidados a subir ao 2º piso, local onde se iria realizar a cerimónia do casamento. A meio da escadaria dão-me um barrete semelhante ao que os marinheiros usam e explicam-me que o devo colocar na cabeça, caso contrário não posso entrar. Pensamento Inevitável… “já me enfiaram o barrete”, foi a primeira coisa que pensei antes de entrar no 2º piso.
Estava completamente enganado, adorei a cerimónia, as rezas, os rituais, os cânticos, a mistura de crenças. Tudo se tornou mágico e único. Todo aquele sentimento de desconforto e exclusão, desapareceu, sentia-me abençoado por estar ali, pude sentir e absorver a paz. Tinha deixado de ser um intruso. Deixei-me levar pelo momento, pelo meu lado mais espiritual, que tão poucas vezes cultivamos, mas que sem dúvida nos enche a alma. Aqui não há surf, não há altares iguais aos da Ericeira, não há “avenidas” compridas, limpas, a brilhar e que em dias perfeitos, é admiravelmente comum ficarmos encandeados com o reflexo na água dos primeiros raios de sol de um novo dia. Tenciono com isto dizer que no meio do Globo, local onde me encontro, não há baías dos Coxos, Ribeiras d’ilhas ou até mesmo um Zavial. Para os mais leigos nestas matérias, refiro-me a point breaks com ondas perfeitas, compridas que se assemelham com as vias do paraíso e que muitas vezes acabam por ser a minha igreja, o meu altar e me lavam a alma. Em tempos de mudança, temos de aprender novas formas de cultivar o espírito. Eu aqui, ainda as procuro e certamente irei encontrá-las.
A Família e os noivos
E agora? o que é que eu faço? Humm? Rezo?
Lá está...reza!!
Filho do Sunil (Mihji)
Durante a cerimónia
A 320 Km/h
Passando de um plano espiritual para um plano inocentemente material, irei contar-vos duas das melhores experiências que tive, até agora, no Dubai. Falo-vos do meu dia no Dubai Autodrome, para assistir às Speedcar Series 2009 e da Fantastik Plastik Party. Começando pelas Speedcar Series: O convite foi feito pelo João Gouveia, um dos muitos engenheiros portugueses, “convocados” para trabalhar nos E.A.U. O João, só podia ser João, por norma, grandes homens e de bom coração, cedeu-nos credenciais que permitiam o acesso a qualquer parte do Autódromo. E assim sendo,ali estava eu juntamente com os meus dois camaradas da Aicep, a explorarmos todas as boxes, a entrarmos em carros com mais cavalos do que peças, a abrirmos portas e mais portas em busca de mais. Não nos chegava o facto de termos trocado algumas palavras e tirado fotos com alguns dos nomes mais sonantes da história da Formula 1, como Jean Alesi ou Johnny Herbert, queríamos mais, eu pessoalmente, queria entrar na pista de Ferrari 430 Scuderia e ouvir o rugido daquele “ser vivo metálico” a 320 km/h na recta da meta. Até já nem me importava se não fosse eu a conduzir, até podia ser esse tal de Jean Alesi ou o outro Johnny qualquer coisa. Acabou por ser um grande dia, tão bom que, até as meninas da Fórmula 1 queriam tirar fotos connosco! UPS! Talvez tenha trocado a ordem das palavras. Mas, afinal quem é que não quer tirar umas fotos com as meninas do guarda-sol, nem que seja para ficar dois minutos à sombra, em boa companhia, a trocar umas impressões sobre o estado do asfalto, ou até sobre quais os pneus adequados para se conseguir a pole position e, quem sabe, depois de uma conversa meramente técnica e bastante apelativa para qualquer mulher, sair debaixo do guarda-sol, com uma Haiffa Rania Zayed AlNayhal, gravada nos contactos do meu Nokia made in China.
Eu e o meu caro amigo Jean Alesi
A amiga do Jean Alesi
Tiago, JOHNNY HERBERT, J.Sardo e eu.
Depois apresento-vos a Dra.!
Nas boxes da Kawasaki
"FANTASTIK"
Galgando de um plano material para um plano irreal, falo-vos agora da Fantastik Plastik Beach Party. Não sei como explicar o local onde estive, mais se parecia com uma festa organizada pela Fashion Tv. O Plastik é um espaço situado em Jebel Ali, a cerca de 30 minutos do Dubai. Fica em cima da praia, a 20 metros da água. Quando cheguei nem quis acreditar. Era uma festa um pouco ao estilo daquelas que todos nós sonhamos um dia dar. No Plastik, só se entra com nome na guest list, pois as festas são sempre privadas. Tive a sorte, de no dia anterior conhecer Miss Lee, uma Sul-africana espectacular, extremamente simpática e que por sinal é uma Relações Públicas bastante influente nestas andanças. Foi através dela que conseguimos a entrada na Plastik Party. A festa começou às 18.00h e acabou às 2.00h. O ambiente era brutal, de cortar a respiração. Havia palmeiras desde o Plastik até ao mar, toda as pessoas estavam de fato de banho, dançava-se na praia, na água, em camas suspensas, nos Jacuzzis. O sound system era de luxo e havia caipirinhas. Que mais se pode desejar num sábado à tarde?
NOT SO FANTASTIC
Parental Advisory - Censured
As histórias anteriores, como devem calcular, pertencem ao lote das boas experiências. Porém, nem tudo até agora, foi um mar de rosas.
Era 2ª feira, 14:00h quando o Tiago, comentou que não se estava a sentir bem, sentia fortes dores de garganta e a febre estava a apoderar-se da sua boa disposição. O ar com que expressou aquelas palavras foi suficiente para prever o pior. Aqueles sintomas já eu os conhecia de ginjeira. Não queria acreditar no que estava a ouvir, era ela, estava a chegar, percorreu milhares de quilómetros, demorou dois meses de viagem, mas tinha chegado, era a nossa amiga da elite, a AMIGDALITE. Ainda não eram 19.00h horas e já estávamos a entrar no Emirates Hospital. Sem forças e a tremer que nem varas verdes, o Tiago lá entrou para a sala de urgências. É espantosa a rapidez com que se é atendido num hospital, exactamente o oposto do que acontece em Portugal. Nem tinham passados 5 minutos e lá ia o Tiago ser diagnosticado. “Esta é daquelas poderosas “ pensava eu. Nunca tinha visto uma AMIGDALITE atacar com tanta pujança, tão rapidamente. O termómetro marcava quase 40, temperatura mais do que suficiente para deixar o nosso colega completamente Knock-Out, a revirar-se em cima da marquesa, a queixar-se de dores enormes, de falta de sensibilidade nos braços, de sede e do nó da gravata. Sim, é verídico, com toda aquela inquietação, o Tiago nem se tinha lembrado de tirar a gravata. Pedia-nos água, panos frios para pôr na testa e que não deixássemos a enfermeira dar-lhe mais nenhuma injecção, pois a sua fobia por agulhas é colossal, e já lhe bastava o facto de saber que estava a ser bombardeado com soro. Tanto eu como o J.Sardo estávamos incrédulos a olhar para todo aquele sofrimento. Nisto, e com um ar super aliviado, como se estivesse escapado a um terrível acontecimento, o J.Sardo olha para mim e diz “Epah.. ainda bem que já não tenho amígdalas, tiraram-mas ainda eu era uma puto”, ao que eu pensei…”Obrigado João Sardo por me lembrares que eu ainda as tenho e que cada vez que apanho uma, só as curo com injecções de penicilina. Mas, o “melhor” ainda estava para vir… eram 19.30 quando entrou a equipa de enfermeiros que estava a assistir o Tiago. A enfermeira avisou que seria necessário ter de tirar sangue e de injectar Voltaren no Tiago. Foi aí que começou a saga, o Tiago passou-se! Mesmo com todo o sofrimento, vozeava sucessivamente com toda as forças que lhe restavam, ao bom modo de Gaia, em bom português e a carregar a fundo nos r’s e nos p’s que não ia levar mais nenhuma injecção e que muito menos a ia levar abaixo da cintura. Após várias tentativas e passados 25 minutos lá conseguimos convencer o paciente a seguir as instruções da enfermeira, ou seja, a ter de “levar duas espetas violentas”, uma na nádega e outra no braço que, dizia já não sentir. Há situações em que não é preciso gozar de um sexto sentido para adivinharmos o que lá vem. Este era um desses momentos. Depois da enfermeira lhe ter tirado sangue e de ter ouvido, em decibéis ilícitos alguns impropérios dirigidos à sua pessoa, e de eu chorar a rir agarrado às paredes, sabia que o caos ia começar no preciso momento em que o Tiago levasse a segunda injecção. Eu sei, que no meio de tanto sofrimento parece sádico da minha parte estar a dizer-vos uma coisa destas, mas naquele momento até o mais puro e piedoso ser humano se desmanchava a rir. Em posição de defesa, todo contraído, hirto que nem betão o Tiago respondia com o seu sotaque do Norte, à enfermeira “ como é que queres que eu esteja descontraído minha bááca, sei que vou levar com essa meeer###### no cú f#####!! Ai que Filipina do ca#aaalh#, anda lá com essa mer#aaaa ! E nisto ZAAAAAUUU, o Emirates Hospital ia indo abaixo com os rugidos do Dr. Tiago Soares AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH queee Báááácccaaaaa do c"#l#####, sua P#####, ainda não estava preparado minha bácaaa, quee P#### DO C###### não sabes dar injecções sua báácaa.
Eram 21.00h quando abandonámos o hospital, o sofrimento do Tiago ainda durou uns dias mas, felizmente, tudo voltou ao normal. Nem uma semana tinha passado e lá estávamos nós outra vez no Emirates Hospital, na mesma sala, com os mesmos enfermeiros, agora era a minha vez. Felizmente, a minha amigdalite não foi tão violenta, bastou-me tomar durante uma semana, todos os dias, dois comprimidos de amoxacilina, mais outros dois de spidifen, mais quatro gargarejos de betadine, mais uma pastilha efervescente de Vitamina C e alguns Strepsills de 3 em 3 horas para ficar bom. Coisa pouca, portanto. Resumindo: quem é que se safou? O Dr. João Sardo, que já não tem amígdalas desde os seus tempos de infância.
Tiago - ter "amigas da Elite" dá nisto
OHHH MAN!
É inacreditável, a quantidade de coisas que vemos e descobrimos nesta zona do planeta!
O Prazo do nosso visto chegava ao fim dia 28 de Março, e por isso mesmo, tivemos de abandonar os Emirados e rumar ao país vizinho (Omã) para renovarmos o visto por mais dois meses. Omã é Sultanato, que como o nome indica, é a terra e propriedade de Sua Majestade Qaboos bin Said Al Said, Sultão de Omã.
E já que iríamos pisar novas terras, decidimos que seria enriquecedor visitar a capital, Muscat. Até porque, arquitectávamos contemplar os Fortes Portugueses deixados pelos nossos heróis do mar, por volta de 1508.
Mostrou-se, sem dúvida, uma experiência enriquecedora para todos nós, sentirmos pela primeira vez, que tínhamos descoberto a cultura árabe, aquela que imaginávamos encontrar antes de nos desamarrarmos da nossa pátria. Ali, vive-se numa realidade diferente, o povo busca outra qualidade de vida, existe um contacto mais próximo com a natureza e até mesmo com as pessoas. As tardes são passadas com os amigos e familiares, trocam-se ideias e histórias nas marginais. Junto ao golfo, os putos jogam à bola descalços, são fanáticos por futebol, tanto ou mais do que em Portugal. Como seria de esperar, todos sabem quem é o Cristiano Ronaldo e o Figo mas mais importante do que tudo isso, sabem que os dominámos em 1508. Perguntam-nos, inclusivé, se não temos uma bandeira Portuguesa que lhes possamos ofertar.
Omã, ou Ohh Man (expressão utilizada por qualquer pessoa que atravesse a fronteira para Omã), é um país tipicamente Árabe.
Em Omã não se avistam prédios altos e muito menos arranha-céus. Existem sim, casas térreas, com um toque tipicamente mouro.
Posso dizer que tivemos mais ou menos 24 horas para conhecer Omã. Iríamos apenas ficar por uma noite, dormir por umas horas, para conseguirmos explorar ao máximo todos os cantos daquela magnifica cidade montanhosa com cores avermelhadas. Não irei rapinar mais o vosso tempo, a tentar explicar a beleza de Muscat. As imagens que seguem mais abaixo, servem perfeitamente para vos mostrar tudo isso e muito mais!
A caminho de Omã
Mesquita de Omã
Oni (Objecto não identificado) em Omã
Sun is shining, the weather is sweet...
Os campos de futebol
A vista do meu quarto em Muscat...
Os três "mesquiteiros"
Mesquita de Muscat
Muscat
Muscat
Operação “Tempestade no deserto “
Esta famosa expressão, bastante amplificada desde a Guerra do Golfo mas abafada pelo tempo, ressurgiu há coisa de um mês atrás. Desta vez, a guerra seria outra. Nas estações meteorológicas não se falava de outra coisa, a tempestade estava para chegar, raios e coriscos iriam assaltar o emirado Dubai. E assim aconteceu, logo na tarde em que tínhamos sido convidados para irmos andar de Kart. Pensámos que seria apenas uma tempestadezita à moda Portuguesa, uma chuvinha, uns trovões e um pouco de vento a mais para o que é normal. Crentes de que não seria nada de mais, dirigimo-nos para o Kartódromo. Uma viagem que normalmente tem a duração de 25 minutos, prolongou-se por quase 2 horas. Nunca magiquei, que fosse possível merendar toneladas de areia vindas a velocidades não permitidas por Sua Alteza Vice-Presidente, Primeiro Ministro Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, Governante do Dubai, muito menos por Sua Alteza Presidente dos E.A.U Sheikh Khalifa bin Zayed Al Nahyan, Governante de Abu Dhabi e ao mesmo tempo ser sovado com quilos de granizo a uma temperatura ambiente de 30º. Resumindo, por estas terras … it´s kind of fun to do the impossible e eu que, já aqui estou há quase 3 meses, já tinha a obrigação de o saber.
"When lightning hit the world's tallest tower!
For as long as half hour lightning hit the tower and the thunder sounded all over the neighouring areas! An unforgettable night! Burj Dubai Tower"
Gostei imenso de ler a continuação das aventuras e ver a reportagem fotográfica.
ResponderEliminarTinha ideia de que o peso da cultura e da religião se faria sentir de uma forma mais intensa no dia-a-dia de qualquer estrangeiro. Mas, pelo que tenho lido, parece-me um país de mentes abertas.Ou será só nesse emirado?
Nos restantes emirados o tipo de vida é idêntico ao do Dubai?
O que me parece é que a experiência continua a ser fantástica e de fazer inveja a qualquer um.
Relatas os acontecimentos de uma forma tão sensível e tão correcta, que quem lê se sente como protagonista dessas aventuras.
Vou continuar a seguir este blog...
Parabéns!
Cara Maria, muito obrigado pelas palavras, nem imagina o quanto me enchem a alma!
ResponderEliminarÉ realmente fantástico ter um feedback de uma pessoa a quem eu nem tinha comunicado a existência do blog.
As suas questões são exactamente as que eu tinha antes de vir para o Dubai! Quando cheguei deparei-me com um mundo à parte! O Dubai não é aquele emirado que vemos na internet e às vezes em documentários, não é o local perfeito. Este emirado desperta sentimentos diferentes entre os árabes. Uns vêm-no como um playground, onde podem fazer quase tudo sem ser julgados, enquanto outros vêm-no como uma vergonha para a cultura árabe. O que é certo, é que fora deste emirado, a filosofia é outra e as leis são bastante mais restritas. Creio que este estilo de vida apenas é possível também na Capital, Abu Dhabi. Para os expatriados, como é o meu caso, não há grandes choques. Fiquei sim, bastante chocado com as diferenças sociais. Há quem tenha muito e há quem não tenha nada. Pelo que vi apenas os emirados, Dubai e Abu Dhabi são "liberais".
Como disse anteriormente, tentarei actualizar o blog semanalmente.
Mais uma vez muito obrigado Maria,
Beijos,
João M.D
É a 1ª vez que leio este blog.Gostei e vou colocar algumas questões:
ResponderEliminar-Como é o nível de vida aí no dubai?
-Há convivência entre a comunidade portuguesa?Ou não existe uma verdadeira comunidade?
-É fácil fazer amizades?
-É fácil gerir o dia-a dia em termos de trabalho/família?
-Qual ou quais os dias de descanso semanal?
Obrigado,
Cumprimentos
STB
Boas!
ResponderEliminarEm relação às questões colocads por STB:
Nível de vida, exemplos:
Gasolina - Atestar um depósito (12 euros).
Comida - É possível comer bem por 6 euros e comer pessimamente mal por 50 euros (depende dos locais, zona da cidade, se é um restaurante de hotel, etc... A comida nos supermercados é mais barata do que em Portugal.
Discotecas - (20/30 euros) à entrada.
Bebidas em bares/discotecas - varia consoante o local (cervejas 6 euros, bebidas brancas 14 Euros)
Casas/valor das rendas - Elevadíssimas, varia de zona para zona, mas são sempre valores elevados. Eu estou a viver num apartamento T1 em The Greens. 75.000AED/6 meses.
Comunidade Portuguesa & amizades:
Os números que me chegam são referentes à comunidade portuguesa nos Emirados Árabes Unidos (cerca de 1000 Portugueses). No Dubai penso que existem cerca de 600 portugueses.
Aconselho vivamente a qualquer pessoa que trabalhe fora de Portugal a estar inserido numa network como o StarTracker, Linked_in, facebook, etc... pois facilita e muito o contacto entre portugueses e não só. Eu estou cá há sensivelmente 3 meses e já tenho bons amigos Portugueses e de outras nacionalidades. Organizamos jantares, saímos à noite, vemos jogos de futebol, etc...
Na minha opinião não é difícil fazer amizades, o Dubai vive dos expatriados, o que o torna num local altamente universal, cosmopolita. Acaba por ser bastante benéfico pois existem muitos pontos em comum entre expatriados e por isso mesmo as pessoas estão mais receptivas.
Trabalho/Família:
Obviamente que depende muito da empresa para a qual se trabalha. Porém no Dubai as coisas desenrolam-se de outra maneira, a outro ritmo, não há tempo nem dinheiro a perder. Há ainda muita gente que trabalha aos FDS. Os ordenados são bons mas o volume de trabalho acaba também por ser maior e os meses passam sem darmos por isso.
No meu caso: Entro no escritório às 9:15 e saio por vezes às 20:30. Chego a casa tão cansado que nem consigo fazer mais nada, apenas o essencial, o jantar :-)
Dias de descanso semanal:
6ª e Sábado.
Sempre às ordens,
João Maia Dias
..."os tres mesquiteiros" e a vista do teu quart sao fotos simplesmente fantasticas... beijim beijim*
ResponderEliminarOlá João!
ResponderEliminarvou deixar-lhe o meu e-mail e pedir que me contacte pelo seguinte motivo:
Estamos (eu, marido,2 filhos)ir para o Dubai no entanto depois do que tenho lido a minha iniciativa está a desfalecer. Se a sua solidariedade apelar ao seu coração...
Por favor contacte
aletri76@hotmail.com
Boa noite,
ResponderEliminarparabéns pelo blog. interessantissimo. Acabei de ver a reportagem na sic dos 8 tugas no dubai e pesquisando cheguei aqui ao Blog.
Acho que ficou algo por dizer em relaçao à questão do/da STB. Vencimento!? Compensa em relaçao aos gastos que se tem!? Alojamento, lazer, alimentaçao etc para uma família!? dá pra guardar algum pro Ferrari ;) !?
É seguro viver no Dubai!?
Cumprimentos e obrigado
BOM DIA!
ResponderEliminarVi ontem na SIC a reportagem e vim logo pesquisar se havia algo.É a 1ª vez que faço isto.
Há um tempo que me atrai o Dubai como férias. Sou administrativa de um hospital onde trabalho e que está prestes a fechar e como está dificil de empregos em Portugal gostava de saber se não é dificil arranjar ai trabalho, que tipo de trabalhos existe para as portuguesas, e principalmente uma pessoa indo sozinha se existe onde nos pudemos dirigir para nos ajudar e orientar ou se nem tentar semelhante coisa!
Sobre vencimento se dá para viver sózinha ou se é dificil como em portugal!
Cumprimentos e obrigado
Bom Dia João,
ResponderEliminarVi ontem a reportagem da SIC e depois de uma rápida busca deparei-me com o o blog. Está fantástico, bem disposto e descritivo.
Já ha algum tempo que tanto eu como a minha esposa estamos a pensar ir viver para aí. A constante crise em que se vive em Portugal (acho que nunca vivemos fora dela...apenas fomos iludidos durante uns anitos antes da moeda única) leva a que se procurem novas formas de ter projectos de vida. Com base na crise a banca portuguesa controla tudo e todos, permitindo apenas que os "seus amigos de sempre" tenham iniciativa. Neste "belo" cenário vi no último ano a minha vida modificar muito, o que acentuou a minha vontade e agora, necessidade, de mudar de ares...
Sou também de Gaia e como sabe, seguramente "boa gente".
Busco linhas de orientação sobre como procurar correctamente emprego aí. Já me inscrevi em vários sites mas nada acontece. Ha muito que procurava um Tuga que me desse uma ajuda que neste momento lhe peço e agradeço.
O meu email é amfscanp@gmail.com. Se me puder ajudar muito lhe agradeço.
Um abraço
Sou do documentário acima, a que trabalha no hospital.Como não me identifiquei aqui vai!
ResponderEliminarPARABÉNS JOÃO... ACHO A V/EXPERIÊNCIA FASCINANTE...JÁ TIVE OPORTUNIDADE DE ESTAR EM VÁRIAS PARTES DO GLOBO.... ESPERO UM DIA TB VISITAR O DUBAI... E ESPERO QUE O MEU FILHOTE DE 5 ANOS UM DIA OPTE POR ABRIR OS HORIZONTES COMEÇANDO POR IR AO ENCONTRO DO RESTO DO MUNDO..
ResponderEliminarBEM HAJA
FELICIDADES
Olá João
ResponderEliminarMais um blog que descobri sobre experiências de Portugueses no DUBAI. Sempre foi uma zona que me fascinou e gostaria, caso possível de ir para aí trabalhar (por um pouco não fui...), sou engenheiro civil por isso o meu fascínio.
Bem deixo-te o meu msn dias_luis@hotmail.com, para podermos conversar e contactar caso seja do teu interesse. Actualmente estou em Angola a trabalhar..
Abraço
Luis Dias
Olá Joao,
ResponderEliminarChamo-me Paulo e vivo no dubai. Gostaria muito de encontrar por aqui malta da lusofonia e ver jogos da bola. O meu numero é 0503210834 ou email paulobritoevora@gmail.com.
abraço
Paulo Evora
PS: eu sou lampião, ehehe
Visitem o nosso blog:
ResponderEliminarhttp://www.viagensdocasaldubaveli.blogspot.com/
Aproveitem e votem em quem vai vencer o mundial 2010!
O Dubai é simplesmente magnifico..mas há que ficar num hotel de luxo, como nós ficámos!
Olá João!
ResponderEliminarAcabei de visualizar o seu blog,na sequência das pesquisas da reportagem que deu na sic,há uma ano atrás...( a qual por acaso calhei de ver)
Está de parabéns pelo seu blog! Fartei-me de rir ao ler as suas aventuras!!! :)
Deveria registá-las num livro um dia...
Bem,gostaria que me dissesse se tem noção para uma pessoa licenciada em Línguas,no meu caso Inglês-Alemão (via ensino)haverá possibilidade de leccionar ai no país facilmente, ou eventualmente trabalhar numa empresa...
Já agora o meu marido,é designer gráfico(mas não é licenciado),acha que poderia ter uma hipótese nesta área?
Parece que estou a questioná-lo como se tivesse uma "bola de cristal",mas compreenderá que para quem está a viver aí tem uma percepção real muito diferente...
Continuação de boas e divertidas aventuras pelo fascinante mundo das Arábias!!!
Obrigada,
Carmen
Boa noite,João.
ResponderEliminarHá imenso tempo que tento descobrir alguma coisa para poder contactar consigo.Fiquei fascinado com a reportagem e com o ritmo de vida alucinante que existe no Dubai.
Adoro o mundo automovel e gostaria de saber o que poderia fazer para trabalhar neste ramo no Dubai.Tenho muita vontade de mudar a minha vida e agarrar um novo projecto.Fico orgulhoso de ver o nosso país tão bem representado com pessoas como o João.Neste momento trabalho na aviação mas não me sinto realizado profissionalmente e ao ver a sua reportagem ganhei uma nova esperança.MUITOS PARABENS E FORÇA.Obrigado.o meu e-mail é davidformigo@hotmail.com se puder entre em contacto comigo.Abraço
Para você que pensa em viajar para Dubai e não sabe com quem solicitar o visto, nós temos a solução!
ResponderEliminarCentro de Solicitação de Visto para Dubai (CSVD)
Informações no site: www.dubaivisa.net/brasil/portuguese/
Ou mande-nos um e-mail: dvpcinfosao@dubaivisa.net
Rua Major Sertório, 128, 7° andar - conj. 74
São Paulo - SP
CEP: 01222-000
Telefone: (11) 3257 7217
E-mail: dvpcinfosao@dubaivisa.net
Ai Pessoal em Dubai. Uma dica para hj para o grande jogo do Euro 2012... ESPANHA Vs Franca... No restaurante e Cafe CARIOCA, restaurante com comida tipicamente Portuguesa e Brasileira... Buffet hj para o jantar a 85 dirams por adulto e 50 dirams por crianca... o restaurante fika pertinho do Deira City Centre, do lado oposto do Islamic Bank. para mais informacoes podem mandar um mail para hinat_m@hotmail.com
ResponderEliminaroi Joao Dias Maia.
ResponderEliminartudo bom?
espero q vc n tenh se importando por eu ter postado aki sobre o restaurante Carioca. o restaurante 'e da minha irma, 'e um restaurante tipicamente portugues e brasileiro... 'e novo e vai abrir oficialmente amanha (domingo) mas hj tem o buffet para o jantar onde depois tb sera transmetido o jogo Espanha Vs Franca. e postei aki pk vi q 'e um portugues vivendo em dubai :) entao se puder aparece ai pa jantar, e kem sabe trazer seus amigos tb :)... axu q seria interessante para vc tb jantar num restaurante onde se fala a lingua portuguesa :) e onde os chefes de cozinha sejam portugueses.. :) espero ver vc aki mais logo
:)