sábado, 7 de março de 2009




CAPÌTULO I Salamalekum

Em primeiro lugar queria agradecer-vos pelas mensagens que tenho recebido.
Como devem calcular, desde que cheguei não tenho parado um segundo. Aqui, tudo parece ter outro ritmo: As construções, o tráfego, as corridas aos centros comerciais (por estar neste momento a decorrer o Shopping Festival), ate a velocidade dos diálogos me espanta (tudo no seu Indian English “Of Course”). A expressão “Time Is Money” aplica-se na perfeição a este Emirado.
No final de cada dia a pergunta é sempre a mesma… quantas horas vou dormir?
Para ser mais fácil, resolvi dividir a minha experiência por terras árabes em 4 partes:

Alojamento
Trabalho
Noite
& Cultura


Estadia:


Durante as duas primeiras semanas estive hospedado no Al Raya Hotel Apartments, onde estão instalados dois amigos meus que trabalham para a Dubai Tv. Sempre que chegava do trabalho, não me podia esquecer que também eu pertencia à Dubai Tv, caso contrário, se os empregados desconfiassem do local onde trabalhava corria o risco de ficar a dormir debaixo da ponte. Após duas semanas de luta intensa (digo, de luta intensa, pois os apartamentos para aluguer são extremamente caros e as tentativas de regatear os preços com as “Real Estate” desgastam qualquer um), eu, juntamente com os meus colegas da Aicep conseguimos finalmente encontrar a nossa casinha para os próximos 6 meses. Fica em “The Greens”, é um local diferente do resto do Dubai, existem muitos espaços verdes e dá-me a entender que é um dos locais mais procurados por expatriados Europeus ou melhor “expatriadas europeias”. Temos piscina, ginásio, barbecue, campo de basket e uma máquina que vende Coca-Cola (principal requisito). Não podia ser melhor!



The Greens - My Shelter



Em Greens não há um Empire State Building, há dois!

A nossa piscina


Trabalho:

Para quem veio da MyBrand é um bocadinho difícil aceitar determinadas situações, que passo de seguida a explicar:
Não há matraquilhos, não há setas, não há máquina de café, não há 3 andares e não há varanda com vista para a ponte 25 de Abril.
Mas, também há coisas boas. Muito espírito de equipa e boa disposição. Somos 6 pessoas na delegação do Dubai, todas elas de 5 estrelas, passo a apresentá-los:
Director: Dr. Sérgio Espadas. Estagiários: Dr.Tiago Soares, Dr. João Sardo e Dr. João Dias (eheh). E por fim as duas “personagens” (no bom sentido) vindas directamente da Índia, Mr. Sunil Shunkar (Administrativo) e Mr. Madu (the Office boy). “Luzes, câmara, acção”…estou num filme de Bollywood… os quatro “tugas” de fato e gravata conforme o “template” Europeu e os indianos seguindo à risca o modelo Asiático. Um deles, de fato branco, cinto do “Rapper 50 cent” com isqueiro na fivela (juro por tudo que é verdade), relógio de ouro “ROULLEX”, meia branca de jogar ténis de mesa ao final de tarde e gravata a condizer com o pijama que recebi no natal de 1987 (amarelo com pintas azuis). A moda é bem diferente por estas bandas e começo a pensar que foi um erro não ter trazido meias brancas, isto porque na próxima 2ª feira vou como convidado, ao casamento da irmã de Mr.Sunil Shankar.
Em termos de trabalho propriamente dito, posso dizer que não acaba. Normalmente entramos no escritório às 9.15 e saímos por volta das 20.00/20:30. O antigo delegado que estava aqui nos escritórios do Dubai, encontrava-se sozinho e não conseguia dar vazão a tudo o que lhe era pedido, portanto neste momento posso dizer que até a poeira assentar, vamos ter muito trabalho pela frente. Mas, foi precisamente com esse espírito que vim, portanto só tenho de arregaçar as manguinhas…
Os projectos que me foram atribuídos são interessantes e tocam diferentes áreas, o que é bastante bom. Neste momento estou a trabalhar num projecto relacionado com atracção de investimento estrangeiro em Portugal, estou também a criar o 1º clube de Empresários Portugueses nos Emirados Árabes Unidos e ainda tenho feito Market Research para empresas portuguesas que pretendem visitar o Dubai e participar em feiras locais como o “The Big 5 Exhibition”, por exemplo.



Dá nisto, quando se tem a mania ... ;-)




A noite

Como diria o meu amigo Pedro Froes “ AHHH e assim…Gadi GodDamn, até mandas mortais para trás!” Vai ser difícil tentar explicar-vos como funcionam aqui as coisas. É do outro mundo, há de tudo, é só escolher. Eu já tenho o meu local de eleição, Chi Club-The Lodge, ladies night às quintas-feiras. Imaginem um misto de Casa do Castelo, Klube, CapituloV, Locomia, Lux, Music Box… e muito mais. O espaço é gigante, tem 3 pistas, uma delas ao ar livre.


Chi-the Lodge




Beleza oriental

(Naaa! Não me esqueci de referir no inicio do texto! Apenas não queria que descessem logo para onde não deviam)
Ora bem! Sendo eu, um eterno defensor das beldades portuguesas, encontro-me neste momento a redefinir padrões que julgava intocáveis. Por favor mulheres portuguesas, não me levem a mal pelas palavras que vou proferir de seguida, mas é o que sinto, sei que posso estar um bocadinho zonzo com toda esta informação que me chega ao cérebro, mas tenho de dizer o que me vai na alma. A beleza árabe ultrapassa tudo o que eu já tinha visto até hoje, não sei se é por nunca ter visto traços assim em toda a minha vida mas, só sei que já nada sei, especialmente com as libanesas, com todo o respeito obviamente, são de facto extremamente bonitas. Claro que para mim não existe mulher mais bonita do que a Portuguesa mas tentem compreender, estão 29º à sombra, não é fácil;) Felizmente para mim e para os meus dois colegas da Aicep a cultura aqui não é tão fechada como se dizia, obviamente que existem “ninjas”, em que só é possível ver a cor dos olhos mas como essas não saem à noite… there’s no problem.
Não nos podemos esquecer que os dubaienses encontram-se em minoria, representando apenas 33% da população total do Dubai. Parece que estamos em casa
.


Lebaneese...no comments...


Guerra do Golfo (Europe vs. Middle East)


A cultura:


It´s kind of fun to do the impossible…
Neste Emirado tudo é possível, vê-se de tudo. Conceitos como dimensão e imensidão estão constantemente em mutação. É impossível tentar explicar por palavras, o que os meus olhos vêm e que o cérebro tenta assimilar. Obviamente que só estando aqui há 3 semanas tudo parece saído de um sonho mas, aos poucos, apercebo-me de que para muitos o Dubai não passa de um pesadelo, é o caso para alguns dos indianos, que trabalham nas obras 24/7 e no fim do mês recebem 500 dhs, ou seja, 100 Euros. Existem no Dubai duas realidades estupidamente distintas e que me chocam, a realidade dos que têm e a realidade dos que não têm. Não existe um equilíbrio saudável e pelo que parece nunca há-de existir. A cultura é alimentada pela ostentação, materialismo e pouco se sente o peso da religião.
Tudo aqui se desenvolveu depressa demais e de forma pouco sustentada. É um pouco estranho, há de tudo mas ao mesmo tempo não há nada, é tudo artificial. Um povo sem história, guiado por sonhos que muitos nem ousariam sonhar e que, de um momento para o outro “apostou tudo”, de uma só vez. Enganam-se, os que pensam que o Dubai tem muito petróleo. Este emirado sobrevive, neste momento, porque Abu Dhabi (Capital) injecta constantemente dinheiro.
Acreditem ou não, já estive com o Sheik à minha frente, já vi aquários enormes com baleias dentro de Hoteis… e o que parecia impossível está a acontecer. A cada dia que passa, super desportivos de sonho como, Ferraris, Lamborghinis, Aston Martins, Porsches, Mustangs, Cadillacs e Bentleys, tornam-se banais. É impossível tentar explicar por palavras, só visto. Por isso mesmo decidi colocar algumas fotos para compreenderem um pouco melhor, o que é o “Do buy”



Burj Dubai Tower - Dubai

Atlantis The Palm Hotel

Burj Al Arab

Sheikh Zayed Road

Jumeirah Beach Residence











João Maia Dias,


Ma’salaama


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